Entre as atividades ofertadas pelo Viva Vida Kardec estão aulas de karatê, jiu-jitsu, inglês, reforço escolar e atendimento médico e psicológico
“Um recanto de amor”. É assim que Rayane Lopes, 26 anos, voluntária do projeto Viva Vida Kardec, define o local que auxilia crianças e famílias. A frase é um trocadilho para a cidade em que está situada a casa, na quadra 509 do Recanto das Emas. O local acolhe, dá aulas e assistência social aos atendidos.
De acordo com o fundador da instituição e professor de Karatê, Caio Márcio de Barros, são mais de 20 anos de história pessoal de envolvimento com causas sociais, e 16 de funcionamento da casa. Hoje, são 1.600 crianças e 700 famílias cadastradas na instituição.
Todo o trabalho é desenvolvido por voluntários. Entre as atividades oferecidas regularmente pelo projeto estão karatê, jiu-jitsu, inglês, reforço escolar e atendimento psicológico. Esporadicamente, de acordo com a demanda da comunidade, é oferecido atendimento médico e cestas básicas são distribuídas.
Beneficiados pelo projeto, alunos participam da aula de karatê. Quimonos e faixas são fruto de doações e professores são voluntários
Caio é técnico de atletas de alto rendimento. Rayane, por exemplo, conheceu o trabalho social há cerca de sete anos por meio do esporte. Foi aluna dele e não é espírita. Essa é uma marca que os dois destacam: apesar de ter ligação com o espiritismo, nenhuma prática doutrinária é forçada. Não importa a crença, nem o local que a pessoa mora, o que querem é ajudar.
Segundo eles, a Viva Vida Kardec é pautada pelo evangelho e prega o amor ao próximo. “Nunca foi uma coisa imposta. Quando eu vim, fiquei apaixonada. Eu preciso deles mais do que eles precisam da gente. Eles são minha força”, pondera a jovem.
A moça é moradora de Planaltina (DF) e participa todo sábado e, sempre que dá, às quintas, para auxiliar no trabalho. Ela dá aula de karatê, ajuda na prece e em qualquer função que seja necessária. A participação na prece é opcional.
Outra voluntária, também karateca, Larissa Maria da Silva Oliveira, 17, arrastou a família para o esporte e para o projeto. Ela, o pai e a mãe vêm de Águas Claras para dar aula e ajudar na cozinha. Para Larissa, foi ver a alegria das crianças que a faz estar no projeto há um ano e não querer sair. “Eu percebia que cada vez que eu vinha elas ficavam mais alegres. Um gostava da aula e na próxima aula trazia os amigos”. Os professores comemoram o fato de em todo sábado novas pessoas aparecerem.
Somente no karatê são 87 crianças, divididas em duas turmas. Para que os pequenos possam participar, os quimonos são fruto de articulação para conseguir doações. Os que saem e trocam de faixa devolvem para que outros possam usar.
Motivado pela solidariedade
Caio explica que tudo começou com a vontade de auxiliar os mais necessitados. O trabalho foi iniciado em Ceilândia, mas há cerca de 20 anos uma mulher grávida com muita carência cruzou seu caminho. Ela morava em uma invasão no Recanto das Emas. Ao se deparar com a situação das famílias do local, começou a promover distribuição de cestas básicas e sopa, entre outros auxílios. A partir daí, nunca mais parou de atuar no Recanto.
Tereza atribui a criação dos filhos ao projeto social
Tereza Rodrigues, 52 anos, é uma das pessoas que acompanham o trabalho desde os primórdios. Hoje, continua indo à instituição e atribui ao trabalho desenvolvido por Caio parte do mérito da criação dos cinco filhos. “Eu adoro isso aqui. Sempre me ajudou. Não me vejo sem ele”, agradece, satisfeita.
No momento, a casa está recebendo doações de livros de literatura, didáticos e religiosos para implementar uma biblioteca no local. A todo tempo, doações de alimentos e voluntários para ajudar são bem vindos. Para mais informações, o telefone para contato é o (61) 98118 1087. Além disso, o projeto pode ser encontrado no Facebook como Viva Vida Kardec.
Por Adelair Almeida
Comentários
Postar um comentário